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Coleção It's okay not to be okay

  • Foto do escritor: Victória Freire
    Victória Freire
  • 8 de dez. de 2021
  • 5 min de leitura
“Contos de fadas não são alucinógenos que semeiam sonhos, mas estimulantes que despertam a realidade! Por isso, leiam muitos contos de fadas e acordem.” Ko Moon-Young
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Assim como os livros servem de catarse para os jovens e adultos, para as crianças não é diferente. Eles podem ajudar a lidar com situações tempestuosas e iniciar uma conversa sobre assuntos delicados que a criança ainda está aprendendo a respeito, como separação dos pais, luto e medos em geral.

Uma das coisas que gosto de enfatizar muito, é de que, mesmo quando crescemos, algumas temáticas continuam bastante delicadas, e não há maneira melhor de encarar certos tópicos do que se colocando como protagonista de um livro, ou melhor, um conto de fadas.

Não há restrição de idade para contos de fadas, e o único objetivo deles é conversar com a criança interior que existe em todos nós.

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Incluso na área de Biblioteconomia, há a biblioterapia, que emprega o livro e a leitura deles no tratamento de doenças nervosas, em que depois da leitura de textos trazem à tona sentimentos escondidos e esquecidos em nós. Essa prática está dentro não só da biblioteconomia como também da psicologia, e elas tem como objetivo promover o desenvolvimento e o conhecimento do ser em aspectos relacionados a competências e habilidades específicas, tais como: cidadania, cognição, memória, afetividade, entre outros. Nela pode-se trabalhar com adultos e crianças, usando principalmente livros que conectam todos os públicos.

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Não podemos ter medo de falar sobre temas delicados com as crianças, elas assim como nós, vão viver situações conturbadas que irão precisar ultrapassar, quando algum sentimento desafiador, como medo, angústia, ansiedade a atingir, que ótima ser através de um livro. O ideal para se desenvolver uma saúde mental nas crianças não é protegê-las da oportunidade de acessar seus receios, e sim demonstrando artisticamente, com a companhia afetuosa dos pais, o mundo e a realidade que elas estão inseridas.

Além do mais, curiosidade é um impulso maravilhoso na vida de um leitor. Assim, toda história pode fornecer elementos que conversem com nosso imaginário e manifestem sentimentos guardados. Ler medos num livro é um ótimo jeito de significá-los na vida.

“Expliquei a ela que as pessoas têm necessidade de inventar histórias assim porque é um jeito interessante de colocar pra fora esses sentimentos não tão bons. E mais: que nós temos necessidade de ouvir essas histórias porque, lá no fundo, conhecemos esses sentimentos de outros lugares.” - Blog Leiturinha

Pensando a respeito disso, trouxe uma coleção interessante que traz diversas discussões.


Coleção It’s okay not to be okay

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Os livros ilustrados ganharam vida graças ao drama sul-coreano It’s okay not to be okay (“Tudo bem não está bem” ou “Tudo bem não ser normal”) que estreou na Netflix em 2020 e chamou bastante atenção do público com seu enredo inspirador e envolvente.

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No drama, a protagonista Ko Moon-young é escritora de livros infantis e suas histórias são peculiares assim como ela própria. As obras da autora combinam perfeitamente com o contexto do romance que vai se desenrolando na série, sendo até mesmo, alguns de seus livros, nomes de alguns episódios. Seu par romântico, um enfermeiro que trabalha num hospital psiquiátrico, tem um irmão mais velho autista, que é um grande fã de Ko Moon-young. Para esse relacionamento funcionar, precisará que os dois enfrentem seus traumas e medos mais profundos.

Uma das coisas que mais chama atenção na trama são os incríveis livros de Ko Moon-Young, as obras poéticas e impactantes encantaram a todos que viram e agora esses contos de fadas modernos chegaram até a realidades em edições físicas (fiéis aos que aparecem na série) para os fãs terem em mãos.

Trazendo narrativas perturbadoras e comoventes, esses livros infantis abordam com honestidade e crueza temas como solidão, liberdade, egoísmo, empatia, tristeza, felicidade e afeto.


  • O menino que se alimentava de pesadelos

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JO, Yong. O menino que se alimentava de pesadelos. Intrínseca, 1ª edição, 2021.

Em O menino que se alimentava de pesadelos, um garotinho é assombrado por pesadelos terríveis. Para tentar dar fim a esse tormento, vai até as profundezas da floresta e faz um pacto com uma bruxa. Ela apagará todas as lembranças ruins de sua mente, contanto que ele prometa que se tornará um adulto feliz. O acordo parece simples, mas o preço a ser pago caso ele não cumpra a promessa pode ser alto demais.


“Nunca se esqueça de hoje. Não se esqueça de nada. Lembre-se de tudo e supere. Se não superar, sempre será uma criança cuja alma nunca floresce.”

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JO, Yong. Criança zumbi. Intrínseca, 1ª edição, 2021.

Em Criança zumbi, um menino de pele muito pálida e olhos bem grandes nasceu num pequeno vilarejo. Conforme crescia, sua mãe percebeu que ele não tinha sentimentos e que sentia uma fome insaciável. Todo dia, ela roubava animais das casas vizinhas para dar à criança. Quando uma pandemia espalha a morte pelo lugar, a mãe se vê obrigada a tomar medidas inimagináveis para salvar a vida do filho.


“Mãe, você é tão quente.”

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  • O cão alegre

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JO, Yong. O cão alegre. Intrínseca, 1ª edição, 2021.

Em O cão alegre, conhecemos um cãozinho que vivia amarrado a uma árvore na entrada de um vilarejo. Ele sempre abanava o rabo e era muito brincalhão, mas, ao cair da noite, só fazia chorar, porque na verdade queria se livrar da coleira e correr pelo campo florido sem amarras. Num dia ensolarado, numa conversa com seu coração, o cão se dá conta de que a chave para sua liberdade pode estar mais perto do que ele imaginava.


“Estou amarrado há muito tempo, então não sei mais como me libertar.”

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  • A mão e o Tamboril

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JO, Yong. A mão e o tamboril. Intrínseca, 1ª edição, 2021.

Em A mão e o tamboril, embarcamos na história de uma mãe que amava muito a filha e que jurou lhe dar tudo, até o Sol e a Lua. Ela a mimava de todas as formas, tornando-a completamente dependente e incapaz de agir por conta própria. Quando a mãe então implora pela ajuda da filha, a criança nada tem a oferecer, e as consequências dessa relação conflituosa são drásticas.


“Minha querida filha. Agora preciso descansar um pouco. Você pode me trazer comida? A menina respondeu: Mãe, eu não tenho mãos. Eu nunca as usei, então elas sumiram."

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  • Em busca da feição real

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JO, Yong. Em busca da feição real. Intrínseca, 1ª edição, 2021.

Em busca da feição real narra a aventura de três crianças que tiveram o rosto roubado por uma bruxa. Com o passar do tempo, elas decidem que, para serem felizes novamente, precisam recuperar suas feições verdadeiras. Então embarcam em uma jornada repleta de desafios e de encontros surpreendentes, que vai lhes ensinar que para sermos felizes precisamos de coragem para nos livrarmos de nossas máscaras.


“Achei que era o único jeito de as pessoas prestarem atenção em mim. Mas está doendo muito, e ninguém me olha."

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Por fim, deixo aqui uma mensagem da roteirista e escritora dos livros da série:


"Essa é uma das falas da escritora Ko Moo-young, do k-drama It's okay not to be okay.

Pare de olhar as estrelas inalcançáveis do céu e, em vez disso, olhe para seus pés imersos na lama!

Essa é a sua realidade, e um bom conto de fadas faz você encarar a realidade como ela é.

Por isso, as histórias da autora não apresentam aos leitores romances açucarados e idealizações.

'Por favor, seja um bom adulto', ela diz, fazendo as pessoas enfrentarem a realidade dura e cruel, criticando e refletindo sobre a geração que a criou.

Que você se torne um adulto de verdade, cuja a alma encontrou a maturidade superando as lembranças dolorosas do passado em vez de esquecê-las, como o menino que se alimentava de pesadelos.

Que sacie a fome da criança zumbi com calor humano em vez de alimento.

Que tenha coragem de se libertar da coleira por conta própria, tal qual o cão alegre, em vez de choramingar escondido à noite, preso.

Que saiba que, quando se tem pais egoístas, os filhos acabam se tornando tamboris que só sabem receber.

E que a verdadeira felicidade não pode ser encontrada num buraco escuro e fundo.

Ela e descoberta em lugares inesperados, no dia a dia, convivendo com as pessoas.

Por isso, espero que você deixe de lado sua máscara e seja feliz."

- Jo Yong


Aviso: última postagem da coluna Era uma vez


Escrito por: Victória Freire

Fontes: Blog Leiturinha e Amazon

Imagens: Série Tudo bem não ser normal por Netflix, livros por Amazon e Pexels.

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