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Holocausto Brasileiro: Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil

Foto do escritor: Magna RiosMagna Rios

Atualizado: 12 de dez. de 2021

ATENÇÃO! O texto a seguir contém assunto sensível com potencial de despertar gatilhos emocionais.


Sinopse:


No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.


Essas pessoas foram maltratadas e mortas com o consentimento do Estado, médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível.


Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX. Um relato essencial e um marco do jornalismo investigativo no país, relançado pela Intrínseca com novo projeto gráfico e posfácio inédito da autora.

ISBN: 978-85-510-0463-0

(fonte: intrínseca.com.br)


 

Resenha:


Daniela Arbex nos presenteia mais uma vez com um livro-reportagem que nos dá um soco no estômago ao mesmo tempo em que encanta com sua escrita maravilhosa. A autora encontrou sobreviventes e ex-funcionários do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido como Colônia.


Este é livro arrebatador que nos mostra quão necessária é a luta do Movimento Antimanicomial, luta essa pelos direitos das pessoas com sofrimento mental e pela transformação dos serviços psiquiátricos.


Umas das histórias que mais me comoveu foi a de Geralda, enviada ao hospital com apenas 15 anos. Grávida de 3 meses do patrão que abusou sexualmente dela. As crianças nascidas lá eram enviadas para adoção ou mandadas para orfanatos. João, filho de Geralda, foi uma das crianças adotadas. O reencontro de mãe e filho só aconteceu 40 anos depois. Geralda não tinha diagnóstico de doença psiquiátrica, assim como cerca de 70% das pessoas internadas na Colônia. Só foi vista como um empecilho e possível escândalo para a família para qual trabalhava.


São inúmeras histórias de injustiça e muita crueldade, não é uma publicação para qualquer um ler, mas é transformadora. As imagens tiradas que acompanham os capítulos são excruciantes.


O livro foi publicado em 2013, mas relançado em 2019 pela Editora Intrínseca. É possível encontrá-lo em formato e-book por R$34,90 ou em edição física por R$49,90 de acordo com as informações no site da própria editora. A obra virou documentário da HBO, uma série da Globoplay e em 2022 estará nos cinemas.


A autora desta coluna e o blog Só Mais Um Capítulo prestam solidariedade aos sobreviventes do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena.


Até a próxima semana!


 

Escrito por Magna Rios

Foto da capa do livro retirada do site Amazon

Foto da capa de Emanuel Dias


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